Anos 80

Quando tudo era mais simples, e se complicasse Sócrates metia o calcanhar

Virginie, da banda Metrô: linda, ainda

Entendam o seguinte. Quando chegou 1980, eu tinha 15 para 16 anos. Considerando que nasci em 1964 e só tenho lembranças de vida vivida a partir de 1970 — o marco é a conquista do tri e a gente em cima do viaduto vendo os jogadores passarem em cima de um caminhão de bombeiros —, quando chegou 1980 eu tinha dez anos de vida vivida, todos eles nos 70. Mudou a década. Mudou o cabeçalho da lição de casa. Era sempre setenta-alguma-coisa. E a TV Globo colocou no ar um programa de sábado chamado “Anos 80”, marcando a mudança definitiva. Setenta, nunca mais.

Existiu mesmo, isso? Ou apenas na minha imaginação?

(Vamos ao Google. O programa se chamava “Geração 80” e ia ao ar nas tardes de domingo, não de sábado. Estreou em 9 de agosto de 1981. Gilberto Gil foi o primeiro a subir ao palco para cantar... “Palco”. Depois The Fevers, Erasmo Carlos, Gretchen, Biafra, Roupa Nova e Guilherme Arantes. “É isso aí, Kadu, ninguém segura essa nossa geração, que tá sempre olhando pra frente!” Assim Nádia Lippi, dançando, encerrou a primeira edição do programa ao lado de Kadu Moliterno, também se balançando, o outro apresentador. Nádia está com 69 anos. Kadu, com 73. Obrigado, Google. Façam uma pequena pausa de exatos quatro minutos. Tem um pequeno vídeo lembrando “Geração 80” no YouTube aí embaixo. Vamos usar todos os recursos que a tecnologia nos oferece, como colocar links em textos na internet. Essa é, seguramente, uma vantagem da tecnologia. No papel a gente não conseguia fazer nada disso. Viva a tecnologia.)