Acho que conheci bem Ayrton Senna da Silva. Por quase sete anos, convivi com ele por quatro dias a cada duas semanas, em média, enquanto durava a temporada de Fórmula 1. Comecei a viajar para as corridas em 1988 e minha primeira cobertura foi a do GP do Brasil daquele ano, quando ele estreou pela McLaren. Estava em Ímola no dia em que morreu, 1º de maio de 1994.
Senna deixou de ser apenas um piloto de corridas antes mesmo de se tornar campeão mundial. Aventurou-se em alguns negócios, na maior parte deles associando seu nome a marcas diversas: fabricantes de motocicletas, relógios, bicicletas, automóveis, roupas, revistas em quadrinhos, brinquedos. E a um banco, claro, que foi com ele até o fim – o extinto Nacional.
Mas negócio próprio, mesmo, tinha a ver com carros. Ao menos entre os que eu conhecia. Em 1993, Ayrton passou a ser o importador oficial da Audi para o Brasil. E também era dono de uma concessionária Ford na rua da Consolação, a Frei Caneca — antes, fizera muitas propagandas de Corcel, Escort e Belina. De um jeito meio torto, posso dizer que contribuí para a prosperidade dos negócios de seus descendentes ao comprar da Senna Import um Audi A3 em 1997, que está comigo até hoje, e uma perua Escort verde em 1998 na Frei Caneca. Meu interlocutor nas duas empresas foi seu sócio Ubirajara Guimarães, o Bira, que eu conhecia dos autódromos por aí. Ele morreu há pouco mais de cinco meses, aos 77 anos.
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