


É verdade ou lenda esse negócio de quando começavam as aulas a professora pedir uma redação chamada “Minhas férias”? Não lembro, juro que não lembro de ter escrito nada sobre férias em momento algum de minha discretíssima vida escolar. Faz sentido, o pedido da professora. Não precisa queimar muito a cachola para inventar um tema, todos estavam de férias, mesmo, e é uma forma de conhecer mais ou menos a vidinha breve, mas rica, de cada aluno.
De que me lembraria, criança? Uma viagem de carro até o Rio Grande do Sul, um Opala vermelho duas portas, a primeira longa viagem em família. Teria bastante a contar, certamente. Porque aquela viagem está descrita em detalhes num caderno preenchido quase de cabo a rabo, em cuja capa lê-se “Diário de Bordo – Viagem ao Sul”. Seria difícil resumir numa redação.
Sempre fui obcecado por registros. Saída: 20/12/75, 6:40 hs. Está anotado no verso da capa. Chegada: 02/01/76, 18:15 hs, com a grafia usada na época. Tempo de viagem: 13 dias, 11 horas, 35 minutos.
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