Não cale-se

Contra a insanidade, sejamos loucamente lúcidos

Gil e Chico no Anhembi: Phono 73, um marco

Vivemos num hospício em que nos últimos dias um deputado evangélico que defende seus amigos pastores que estupram fiéis e crianças garantiu que fetos são usados para produzir cosméticos. E anda solto por aí. Um outro, este um pastor evangélico propriamente dito, disse para milhões de crentes que mandar seus filhos e filhas para a faculdade faz deles e delas vagabundos e putas. E sugeriu que sejam trancados em casa, ou que vendam picolé na garagem. Que fujam da escola, neguem o conhecimento. Também anda solto por aí.

Isso apenas nos últimos dias.

E tudo que vem acontecendo nos últimos anos — e é claro que podemos fincar o marco zero dessa tragédia civilizatória no dia em que um milico fracassado, tosco, ignorante, malfeitor, defensor de tortura e filho da puta (pronto, resume tudo) foi eleito, em 2018 — tem provocado um fastio que periga nos levar ao imobilismo. O que fazer? Como combater tanta iniquidade? Como argumentar, conversar, debater?