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Estão acabando com São Paulo, mas o Batista resiste...

Bar do Batista: foi dos pais da Elis

Estão botando São Paulo abaixo. Há um Plano Diretor, do qual desconheço detalhes, que foi aprovado não sei quando e permite que num raio de 700 metros de qualquer estação de metrô se construa qualquer coisa. Há uns cálculos incompreensíveis de área do terreno x área construída e exige-se que os prédios tenham menos vagas de garagem que o habitual para estimular as pessoas a usarem transporte público. Claro que nada disso está sendo respeitado, e a cidade está desaparecendo. As construtoras não compram uma ou duas casas para levantar seus edifícios horrendos. Compram quarteirões. Em questão de horas, horas mesmo, dezenas de casas e comércios e até predinhos de três ou quatro andares são demolidos, áreas enormes são cercadas por tapumes e dali a pouco sobe um estande de vendas, que depois também vai ao chão para que se ergam monumentos ao mau gosto com varanda gourmet ou centenas de “estúdios” do tamanho de uma gaveta.

Bairros como Pinheiros, Vila Madalena, Moema e Vila Mariana estão desaparecendo. O horizonte está desaparecendo. O céu está desaparecendo. A avenida Rebouças virou um corredor sombrio com seus novos arranha-céus que formam um paredão intransponível. No corredor República do Líbano-Indianópolis, perto do parque do Ibirapuera, a mesma coisa. Junto com os prédios brotam do nada, a cada esquina, lojas da Oxxo. Se você não sabe o que é Oxxo, trata-se de uma rede de lojas de conveniências mexicana, segundo li, que pertence à mesma empresa que engarrafa Coca-Cola. Acho que é isso e não estou com estômago para pesquisar. Vende tudo que se pode imaginar que faz mal à saúde. Basicamente, alimentos processados. Funcionam 24 horas e têm um ou dois funcionários, no máximo, que passam a madrugada sendo assaltados. Acabaram com os pequenos comércios, as vendinhas, os botecos, as pequenas padarias e confeitarias. Essa é a nova cara de São Paulo: a cara da Oxxo.