Sempre gostei da piada, e justiça seja feita ela é dos tempos de João Paulo II, quando veio ao Brasil pela primeira vez, em 1980.
Diz que desceu em Congonhas, entrou no papamóvel, sentou-se no banco traseiro, entediado, e esperou o motorista ligar o motor para saber para onde o estavam levando. Uma missa chata, talvez um encontro aborrecido com o prefeito, aquilo tudo já estava enchendo sua sagrada paciência. Percebendo a cara de enfado do santo padre, o motorista perguntou se estava tudo bem com ele, se queria uma água, respirar um pouco. Então o papa, ao perceber uma certa empatia do rapaz designado para levá-lo aos compromissos oficiais, confessou: ah, meu filho, vou lher dizer o que eu queria agora. Dirigir. Eu adoro dirigir. À surpresa do motorista, de olhos arregalados, seguiu: e ninguém me deixa fazer nada. “Quer saber? Me deixa guiar e você vai me dizendo o caminho, ninguém vai perceber.”
O motorista, espantado, se recompôs e tentou argumentar que era perigoso, São Paulo tem um trânsito infernal – “desculpe” --, se alguém pegar a gente vai dar problema pra mim, Vossa Excelência, não me complica. “Deixa comigo, eu dirijo bem e quando a gente chegar destroca, você pula para o banco da frente e eu volto para trás. Não se preocupe com o trânsito que eles fecham todas as avenidas, é até bom, dá pra acelerar um pouco. E é Santidade, não Excelência.”
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