Que venha o Rio

Projeto de pista em Guaratiba faz sonhar com volta da F-1 à cidade

Projeto de Guaratiba: lembrando Jacarepaguá

Eu morava no Rio quando no começo de 2019 aquele encosto que virou presidente da República apareceu numa cerimônia no Aterro do Flamengo e, ao lado de um sujeito saído não se sabe de onde que se dizia empresário, anunciou que naquele ano mesmo o GP do Brasil de F-1 seria realizado na cidade, num novo autódromo que seria construído na região de Deodoro – lá naquele pedaço onde militares fuzilaram uma família com 257 tiros e acabaram de ser, na prática, inocentados pela justiça verde-oliva.

O tosco estava de birrinha com o recém-eleito governador de São Paulo, João Doria, e sem base alguma na realidade deu a coisa por feita e voltou a Brasília para dar prosseguimento ao seu projeto de emporcalhar o país, objetivo plenamente alcançado até o dia em que fugiu para Orlando levando joias roubadas e uma minuta de golpe de Estado.

Claro que não saiu autódromo nenhum, entre outras coisas porque não havia dinheiro para sua construção, a área escolhida era de preservação ambiental e o projeto não passava de um delírio, mais um, da execrável figura. O tal empresário desapareceu. A sociedade civil se mobilizou para impedir que a aberração fosse levada adiante e a corrida continuou sendo realizada em São Paulo. Mas fez barulho. A imprensa do Rio, sobretudo, comprou a ideia como se fosse fato consumado, anunciando a volta da categoria à cidade, além de garantir que a MotoGP também estava incluída no pacote.