A fábrica de motores de Fórmula 1 da Renault fica em Viry-Châtillon, às margens da A6. Não é uma estrada qualquer, a A6. Seus 450 km ligam Paris a Lyon a partir de Porte d’Orléans e Porte d’Italie, duas das entradas/saídas da capital, ao sul. Junto com a A7, quase sua continuação, é conhecida como Autoroute du Soleil, porque na outra ponta está o Mediterrâneo. É pelo trajeto A6/A7, via Lyon, que se chega à Riviera Francesa, à Côte d’Azur, ao sol.
Todo santo ano, quando a F-1 corria em Magny-Cours, eu fazia parte desse trajeto até Fontainebleau, onde era preciso desviar para a direita pela A77 em direção a Nevers. O trecho da A6 era muito movimentado. Por vezes, congestionado. Teve um ano, não vou lembrar qual, 1992 ou 1993, que os caminhoneiros franceses entraram em greve e bloquearam todas as autoestradas do país. Só dava para rodar pelas estradas menores, e mesmo assim era preciso negociar com os caras em alguns bloqueios para passar. A explicação era sempre a mesma: somos brasileiros, jornalistas, estamos trabalhando que nem vocês e precisamos chegar ao diabo do autódromo. A viagem, que levava três horas e meia, durou nove.
Na ida e na volta de Magny-Cours, pois, passávamos pela fábrica da Renault em Viry-Châtillon, uma espécie de subúrbio industrial de Paris, perto de onde caiu o Boeing 707 da Varig em 1973. Antes de descer em Orly, o avião pegou fogo. O piloto conseguiu pousar numa plantação de cebolas. 123 pessoas morreram. Onze sobreviveram.
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